Posicionamento ABQ

Educação Básica: o que propõe a ABQ

Quem somos nós:
A Academia Brasileira da Qualidade (ABQ) é uma organização não governamental e sem fins lucrativos, tendo como membros participantes pessoas experientes e de reconhecida competência profissional adquirida ao longo dos anos – nas universidades, nas empresas e em outras organizações privadas ou públicas – em atividades relacionadas à engenharia da qualidade, à gestão da qualidade e a excelência na gestão. Tem por missão contribuir para o desenvolvimento do conhecimento em qualidade, inovação e excelência da gestão para benefício das organizações e da sociedade brasileira. Os Acadêmicos, hoje em número de 50, incluem ex-ministros de Estado (Ciência e Tecnologia; Indústria e Comércio, Trabalho e Agricultura), especialistas em qualidade e gestão e outras funções de relevo em órgãos públicos, bem como presidentes de comitês internacionais da ISO (Organização Internacional para Padronização), de grandes empresas públicas e privadas. Inclui, igualmente, grandes consultores da área, alguns de reputação internacional. Maiores detalhes podem ser obtidos no site. Confira aqui!

Por que tomamos posição

A ABQ tem acompanhado a evolução do país nas áreas da qualidade, gestão, competitividade, inclusão social e qualidade de vida, incluindo a promoção de debates para melhor entender as ações que levam a melhores resultados. Tais atividades nos levaram à educação básica como o fundamento comum no sucesso em tais iniciativas. Mas, infelizmente, o desempenho do país nesse campo não tem estado à altura do desafio da transição de sociedade em desenvolvimento para uma outra desenvolvida e próspera.
Oferecemos aqui a nossa percepção sobre a situação presente e o que deve ser feito para que a educação básica se torne, de fato, um alicerce sólido ao desenvolvimento do Brasil, trazendo benefícios a todos.

I. Como está a Educação Básica Brasileira?

As avaliações, recentes ou antigas, não deixam dúvidas: nossa Educação Básica é muito deficiente. Essa constatação é um óbvio ponto de partida para discutir o tema.
Dentre os testes internacionais que circulam pelo mundo, o PISA (elaborado pela OECD) é o mais conhecido e respeitado. Praticamente todos os países de primeira linha aceitam seus resultados. Incluindo 32 países, teve a sua primeira edição no ano de 2010. A última já conta com 78. O Brasil participa desde o início. Lamentavelmente, está sempre nos últimos lugares. Ao longo dos anos fez algum progresso, em certos momentos, muito animadores. Mas não o suficiente para mudar o país substancialmente de posição. Supondo-se que os participantes são os países de melhor desempenho educacional, isso significa que, no cenário mundial, estamos próximos da fronteira do terceiro para o quarto quartil. É muito pouco, diante das ambições que compartilhamos.
Na mesma linha, mas com outros indicadores, a consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit) e a Pearson desenvolveram, em novembro de 2012, um ranking Global da Educação. Considera esta pesquisa o percentual de alfabetização e as taxas de conclusão de curso de nível médio e superior. Portanto, indicadores que complementam o PISA. Dentre 40 países, o Brasil saiu na 38ª posição.
Vale esclarecer que temos os nossos próprios testes, como a Prova Brasil, tecnicamente corretos. Mostram resultados congruentes com os internacionais. Ou seja, todos os indicadores apontam na mesma direção pouco auspiciosa.
Embora o país invista cerca de 6% do seu PIB em educação, acima da média mundial, os resultados ainda não aparecem de forma consistente ou que mostrem        tendência inequívoca de crescimento. E por tudo que vimos da experiência recente, investir recursos adicionais não solucionará o problema da qualidade. A razão é simples, gastamos mal.
Os diagnósticos realizados por especialistas na área da educação convergem para muitas causas comuns. Na verdade, não precisamos de mais diagnósticos. Igualmente, há boa convergência com relação ao que deve ser feito. Sendo assim, o que é necessário fazer para melhorar a nossa educação é bastante bem conhecido e consensual dentre os bons analistas. Não estão aí os fatores mais críticos.
Estas constatações nos levam a dois comentários. O primeiro é ter o presente documento pouco a oferecer em termos de originalidade, seja no diagnóstico, seja nas terapias. O segundo é ser esta uma boa notícia, pois significa que os caminhos já estão razoavelmente bem mapeados. Falta caminhar.
Aqui está o que consideramos a principal causa para a pobreza do nosso ensino: a pouca valorização da escola por parte de segmentos enormes da sociedade brasileira. A retórica da importância da educação está por toda parte. Discursos não faltam. Mas falha o real compromisso e a disposição de uma maioria da sociedade para pagar o preço de políticas sérias. As autoridades não se comovem com a pungência de enfrentar o desafio. Políticos e administradores não estão dispostos a pagar o preço político de uma ação mais enérgica. Os próprios pais têm também grande reticência em fazer sacrifícios. Ilustramos com um pequeníssimo, mas revelador exemplo: desliga-se a televisão na hora da criançada fazer o dever de casa?
Contribuindo para a passividade observada, tende a ter pouca voz a minoria capaz de enxergar as falhas escandalosas do ensino. E de fato, é uma minoria. Pesquisas mostram da ordem de apenas 30% dos pais julgando que não é boa a educação. Se desses, 15% estão no ensino privado, sobram apenas 15% com razões pessoais para reclamar. E embora a causa seja boa, é pífio o ativismo desses grupos.
Ao arrepio desse quadro tão desanimador, a ABQ proclama que a educação básica no Brasil deve ser a prioridade número um nas atenções de todos, seja governo, iniciativa privada, terceiro setor, professores, pais ou comunidade. Está bem demonstrado, a educação é o maior legado que a nossa geração deixará às que seguem.
De tudo que poder ser feito pela nossa educação, mobilizar a sociedade para o real peso da escola no destino de cada um pode ser a tarefa mais crítica. É uma questão de patriotismo ou de competência nas mensagens de um marketing social inteligente? Com certeza, ambos. Se tivermos êxito, o resto acontece.
Se é fraca a educação básica, fica estagnada a qualidade de vida, tropeça o crescimento sustentável, a competitividade, a saúde, a segurança e tudo mais que é importante na vida da sociedade. E, sobretudo, não se dão os passos mais importantes para reduzir a nossa escandalosa desigualdade, talvez a maior chaga social do país.
O presente texto não é sobre o ensino superior. Mas a se registrar, sem uma educação básica séria, o ensino superior será abastecido por um contingente muito reduzido de alunos capazes de aproveitar tudo que tem a oferecer.
Outra mensagem crítica: nem adianta tentar improvisar e nem buscar soluções heroicas. Melhorar a educação é uma tarefa sistemática e obstinada de médio e longo prazos. Ademais, não pode estar sujeita aos humores da política e da autoridade de plantão. Mas se é algum consolo, há equívocos tão flagrantes que, mesmo no curto prazo, é possível ver os resultados de esforços bem direcionados. De fato, saltos substanciais têm sido obtidos por gestores competentes, dedicados e com liderança.

II. Por que é essencial um Ensino Básico de Qualidade?

Uma grande quantidade de estudos não deixa dúvidas sobre a importância do ensino básico para a qualidade de vida das pessoas e o crescimento sustentável do Brasil, para que se torne uma economia de destaque no cenário mundial. Como registrado nos parágrafos anteriores, a Academia Brasileira da Qualidade tem claro que ainda não avançamos o suficiente. Antes de tudo, não fizemos o suficiente para avançar. O país precisa perseguir com maior afinco este objetivo.
Justificamos aqui porque uma educação básica de qualidade deveria ser a grande prioridade. Na visão da ABQ, há mais de uma razão para defender esta posição. Muito se fala da rentabilidade do capital humano. Mas é preciso entender que este inclui, não apenas saber fazer. Traz junto os valores da modernidade e da cultura nacional. De fato, desenvolvimento requer comungar com os valores que estão implícitos em uma economia moderna. A beleza da educação de qualidade é que desenvolve as competências para operar na sociedade e no trabalho, ao mesmo tempo em que inculca nos alunos aqueles valores que marcam a nossa civilização e contribuem para o êxito do país.
No que segue, alinhamos a várias consequências fundamentais de uma boa educação.

1. A educação é a principal ferramenta para modernizar os valores da sociedade.

Em um país em transição cultural como o nosso, mescla-se a cultura do atraso àquela afinada com a modernidade. Há famílias e grupos sociais preparados para operar em uma sociedade produtiva e que está sempre disposta a se repensar e a melhorar. Porém, é gigantesco o porte daqueles outros grupos, cujos valores, cultura e atitudes arcaicas são altamente disfuncionais para o progresso que almejamos.
As boas empresas modernizam quem nelas trabalha. Isso não pode ser esquecido. Mas seu alcance é limitado. Apenas a escola tem a capilaridade para educar e socializar muitos milhões de jovens nos valores congruentes com o avanço econômico e social desejado.
Como o desenvolvimento do cérebro é muito mais acelerado nos anos iniciais, é cedo que precisa começar uma educação de qualidade. Temos hoje evidência contundente de que é maior o impacto da escola nos anos pré-escolares. E é também nestas idades que se sedimentam os valores que sustentarão uma cidadania madura.
E cidadania é da essência do que nos preocupa. Somos caudatários de muitos séculos de Civilização Ocidental, marcada por sólidas e irreversíveis conquistas. Queremos pessoas que acreditem e defendam a Liberdade, a Democracia, as políticas de Igualdade e a Solidariedade. Estes princípios não são negociáveis, tanto quanto o respeito às leis. Ademais, há causas nobres e vitais em jogo. Por exemplo, o descuido com o meio ambiente põe em risco tudo que conquistamos.
Além de dar partida na integração do indivíduo à sociedade, a escola amplia a sua autonomia de ação, possibilitando mudar a si próprio e trazer avanços no seu entorno. Pessoas mais educadas pensam diferente e agem diferente. E esta diferença não é sujeita a modismos ou flutuações erráticas. Os mais educados preparam-se melhor para o futuro, têm atitudes mais positivas diante do trabalho, são mais confiáveis e cumprem o prometido. Igualmente, ponderam mais seriamente sobre o impacto de suas ações sobre o bem-estar da sociedade. Não custa reforçar, têm menos encontros desagradáveis com a lei e com a justiça. Em resumo, educação é o grande canal para a cidadania moderna.
E do ponto de vida da equidade, uma boa educação para todos oferece oportunidades para que cada um expresse com êxito o seu entusiasmo, a sua competência e a sua dedicação. Quanto melhor a educação oferecida aos mais distantes da riqueza, maiores oportunidades terão de subir na vida. Assim sendo, a educação possibilita a inserção social do individuo. Sem esquecer que, em paralelo, melhora a sua autoestima.
Talvez a Educação seja o único instrumento capaz de propiciar igualdade de oportunidades a todos. De fato, a própria Constituição Federal de 88 reconhece a sua importância no artigo 205, afirmando “A Educação, direito e dever do Estado e da família…”.

2. Os mais educados cuidam melhor da sua saúde e administram melhor suas vidas

Como foi sistematicamente observado, aqueles com mais anos de escolaridade fazem melhor uso dos serviços médicos. Optam mais pela prevenção, evitando a mais penosa e dispendiosa convivência com a doença. Pelas mesmas razões, sua paternidade é mais premeditada e responsável.
Em geral, possuem uma atitude mais positiva diante da vida. Não custa lembrar, são mais capazes de desfrutar o que o mundo e a sociedade têm de melhor a oferecer, inclusive, durante uma velhice mais plena e prolongada. E, em tudo, aqueles com mais educação têm mais escolhas, por haver expandido os seus repertórios de interesses e conhecimentos.

3. A escola ensina competências úteis e insubstituíveis no trabalho

Tradicionalmente, aprendia-se uma profissão na oficina ou na fábrica, observando ou sendo guiado por um mestre. Esse sistema não pereceu. Todavia, cada vez mais, parte das novas competências para o trabalho não podem ser adquiridas apenas na vida profissional. No limite, a fábrica não pode ensinar a ler ou a fazer contas, pois está comprometida com o processo produtivo. Sendo assim, há muito a ser aprendido na escola. Ademais, os ofícios de todos os tipos requerem mais e mais conhecimentos que apenas a escola pode transmitir, seja antes da formação profissional ou seja concomitante, em cursos reforçando as habilidades básicas e entrando em assuntos de ciência e tecnologia da profissão. Torna-se cada vez mais impraticável aprender apenas no local de trabalho.
Sendo assim, direta e indiretamente, a produtividade de uma pessoa no trabalho depende do que aprendeu na escola. De fato, ainda que muito ainda seja aprendido ao trabalhar, são adquiridas na escola as precondições para a mágica que transforma a experiência de trabalho em aumento de produtividade. Todas as pesquisas mostram que o crescimento na produtividade do trabalho está profundamente correlacionado ao que se aprendeu antes, na escola. Analfabetos se aposentam, praticamente, com o mesmo salário com que começaram. Pessoas mais educadas, já começam ganhando mais e, ao longo de sua vida profissional, multiplicam sua remuneração inicial. Isso porque, estão mais bem equipados para aprender, no próprio ato de executar suas funções cotidianas. E se ganham mais, isso só acontece porque produzem mais.
Não é surpresa, a produtividade de uma nação é o somatório da produtividade da sua força de trabalho. É possível que a política ou a economia azedem, frustrando o crescimento. Mas sem gente preparada, torna-se cada vez mais longínqua a possibilidade de crescer, em um mundo em que a tecnologia se dissemina em grande velocidade, exigindo seu trato cada vez mais preparação prévia.
Essa tendência tornou-se mais clara em anos recentes, quando a complexidade do trabalho aumentou, devido às novas tecnologias na área de microeletrônica e automação, ditas 4.0, a maior interfuncionalidade das atividades, a interdisciplinaridade do conhecimento, a adoção de processos ágeis e enxutos e a diferenciação das organizações pela sua capacidade de atender clientes e mercados de forma singular e consistente. Adicionalmente, o avanço da globalização, que hoje é um fato inegável, fez com que organizações internacionais passassem a atuar localmente, acirrando a competição entre empresas locais e internacionais.
Em suma, a educação, a inovação e a competitividade formam um tripé virtuoso. E são as condições para nos tornarmos um país desenvolvido.

4. A inovação requer um quadro de gente superlativamente educada

A Revolução Industrial foi feita por mecânicos ingleses que sabiam ler e escrever. A Revolução Industrial de hoje está sendo feita por graduados das mais elitistas universidades. Estão cada vez mais limitados os horizontes daqueles que não cursaram excelentes escolas. Gostemos ou não, ascendem ao topo das maiores empresas aquelas pessoas que cursaram instituições prestigiosas.
E como sabemos, faz enorme diferença para um país ser capaz de manter um fluxo razoável de inovações. Sendo assim, nossa capacidade de inovar, no que realmente conta, não pode prescindir de excelentes universidades, centros de pesquisa e escolas de formação profissional. E como não poderia ser diferente, sem um ensino básico sólido, apenas uma ínfima minoria pode se beneficiar dos níveis mais elevados do ensino, limitando em muito o potencial fluxo de inovações.

III. De que educação estamos falando?

Até aqui, falamos de educação como se fosse um pacote fechado, com poucas opções e consensualmente aceito por quase todos. Porém, não é assim. Há muitos caminhos possíveis, muitas alternativas desejáveis – ou não – e um tempo finito para satisfazê-las. Ademais, muito do que aprendemos pressupõe dominar previamente outras competências.
Sendo assim, nem tudo é possível. Há opções penosas a serem feitas. Países maduros, cuja educação avançou, faz tempo, discutem a inclusão de assuntos que podemos todos considerar como relevantes. Pensadores eloquentes propõem desenvolver a criatividade, a imaginação, a intuição, a visão sistêmica, além de novas áreas do conhecimento que se tornam cada vez mais relevantes.
Porém, há duas razões poderosas para sermos reticentes diante desta cornucópia de temas e caminhos.
Em primeiro lugar, reconheçamos, para lidar com esta abundância de assuntos, os jovens dos países mais avançados já dominaram razoavelmente bem as competências básicas de ler e entender o que está escrito, ouvir com precisão e escrever com desenvoltura. Exercitaram-se na arte e ciência de bem pensar. Dominaram minimamente a lógica da ciência e seus métodos. Diante desta maturidade, os grandes gurus da educação estão mostrando os próximos passos. Mas são passos para quem já deu os prévios.
E não nos esqueçamos, o PISA é a evolução de uma pesquisa – também da OECD – que buscou mapear as competências críticas em ambientes de trabalho modernos. Ou seja, é um teste que as reflete, tão bem quanto é possível captar através de provas escritas. Sendo assim, o que inclui é uma boa amostra do que a escola deve desenvolver. Alguns países, como a Finlândia, moldam sua educação pelos parâmetros do PISA, por julgarem que apontam nas direções do progresso.
Por isso mesmo, ao mostrar resultados medíocres para a educação brasileira, o PISA está apontando para competências críticas que a nossa juventude não está conseguindo adquirir. Nossos próprios testes capturam domínios bem semelhantes e mostram, igualmente, o nosso fracasso.
E como sabemos, é árduo atingir uma educação que gera bons resultados nessa bateria de testes. E sabemos também, o foco nesses assuntos é fundamental para subir a níveis mais elevados e sofisticados de conhecimento. O risco fatal do excesso de ambição é não dominar nem os níveis mais elementares e nem os mais complexos.
Diante desse cruel dilema, recomendamos uma concentração quase obsessiva nos pilares da educação básica, tais como descritos acima. Esse primeiro degrau não pode ser saltado impunemente.
Pensando bem, deveríamos olhar os modelos dos países do Leste Asiático, cujos esforços se concentram no domínio seguro das competências básicas. Não podemos recomendar que assuntos resvaladiços e de excessiva complexidade captem a imaginação de nossos educadores. Ensinar criatividade a quem não entende o que está escrito no papel? Quando nada, há que evitar a sobrecarga no tempo dos alunos.
Em segundo lugar, nossa sociedade se encanta com o passo seguinte, mais sedutor. É parte do nosso cacoete cultural nos enamorarmos do novo e do que está sendo proposto para sistemas bem mais maduros. Somos hipnotizados por assuntos abstratos, prenhes de nuances e eivados de relativismos.
Além do dano causado pela tentativa de sobrecarregar ainda mais os currículos, há um prejuízo adicional. Pela sua natureza, esses assuntos propostos são muito mais difíceis de serem ensinados e avaliados. Por isso, abrem espaço para uma escola, cujos resultados não podem ser cobrados e diluem a responsabilidade de ensinar seriamente as competências básicas. Daí a nossa reticência em alargar desmesuradamente o escopo do que a escola deve ensinar. Chegaremos lá, mas ainda estamos distantes. O passo inicial e prioritário é nos concentrarmos na essência da educação básica.

IV. A Proposta da ABQ

Nessa seção, alinhavamos recomendações concretas para nossas escolas e sistemas educacionais.

1. Profissionalizar urgentemente a gestão das escolas:

(i). Em consonância com as orientações oficiais, definir metas audaciosas, mas realistas. Sem o que, avançaremos pouco.

(ii). Estabelecer um padrão de referência mínimo para a gestão e desempenho, aplicado a todas as escolas, no tempo certo.

(iii). Prioridade absoluta para a boa formação dos professores, com ênfase nos conhecimentos que vão ensinar e nas boas práticas de sala de aula.

(iv). Incluir no trabalho da equipe escolar o ciclo PDCA – planejamento, execução, monitoramento, avaliação, reconhecimento por mérito e realimentação para melhoria do ciclo.

(v). Engajar os pais e a própria comunidade, para que acompanhem e estimulem o desempenho da escola.

(vi). Ajustar os currículos para que sejam compatíveis com o mundo real e com a capacidade de absorção dos alunos.

(vii). Organizar a escola com foco no aprendizado do aluno.

(viii). Aplicar os avanços da Teoria Cognitiva e da tecnologia para transformar a sala de aula.

(ix). Incentivar as melhores práticas e inovações, bem como a troca de experiência entre escolas.

2. Fortalecer o sistema educacional

(i). Tomar a valorização da educação pela sociedade como a meta mais estratégica. É missão de todos que percebem a fraqueza do nosso ensino.

(ii). Reforçar, independente de governo, todas as ações que valorizem a educação na cultura nacional, incluindo nelas os professores, escolas e alunos.

(iii). Ouvir e apoiar aqueles conhecedores das deficiências do nosso ensino e as suas sugestões. Defendemos todos a mesma causa.

(iv). Promover e explicitar o papel da escola na formação para a cidadania, reforçando os valores e atitudes congruentes com uma sociedade moderna e produtiva.

(v). Valorizar e tornar atraente a docência, investindo na formação e remuneração dos professores, bem como aperfeiçoando as regras da carreira docente. Tudo deve militar para que seja uma escolha profissional por parte de jovens talentosos.

Estamos comprometidos com esta causa!

Eduardo Vieira da Costa Guaragna
Diretor Presidente da ABQ
22 de Novembro 2020

Exortação às lideranças políticas da nação

A Academia Brasileira da Qualidade – ABQ reconhece a existência no Brasil de uma grave crise política-econômica-ética e de gestão, cujas razões são conhecidas.
A solução para essa crise deve ser encontrada com a urgência possível, sob pena de perdas crescentes para a nação.
Essa solução exige o estabelecimento de uma liderança ativa, confiável, abrangente e capaz de reestabelecer os rumos adequados a serem perseguidos.
Qualquer solução cogitada deve respeitar incondicionalmente a ordem legal estabelecida na Constituição Federal.
Isso posto, a ABQ exorta os principais líderes políticos da nação a contribuírem denodadamente para uma união possível capaz de reverter essa crise, colocando os interesses nacionais acima de suas possíveis prioridades pessoais.
Esta seria condição sine qua non para assegurar a melhoria contínua da qualidade de vida do povo brasileiro, passando pela eliminação dos enormes desperdícios da nação, parte substancial do “custo Brasil”, causados por corrupção, tamanho e ineficiência do Estado, educação, saúde e segurança precárias, dentre outras causas.  São

Paulo, 26 de agosto de 2015.

Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto
Acadêmico da ABQ