Ao observar os acontecimentos no ambiente político e institucional das últimas semanas, fico a refletir sobre a engenhosa profissionalização da corrupção no Brasil. A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, conduzida de forma desastrosa, causou alvoroço e repercussão internacional em um setor que tem sido a salvação do Brasil e apontou o que não gostaríamos de ouvir, mas que, infelizmente, tem sido recorrente: o esquema de corrupção que envolve fiscais, empresários e políticos.
Se pudesse utilizar uma palavra que representasse a situação atual dos líderes do Brasil seria Sadim: Brasil de “Sadims”. Sadim é um anagrama de Midas que, de acordo com a mitologia grega, tem o dom de transformar tudo em ouro. Enquanto as pessoas com o toque de Midas conseguem gerar valor e riqueza, os Sadims transformam em fracasso o que tocam. Os Sadims representam a má gestão do nosso País, que tem transformado os nossos recursos e ativos em pó.
O Brasil, com toda a sua natureza esplêndida, pirâmide demográfica ainda equilibrada, clima amigável, água em abundância, agronegócio excelente com potencial para ser o grande sustentáculo da economia, sofre com uma liderança dominada pela ganância, incompetência e desonestidade. Não há código de ética instaurado que consiga estancar o desvio de dinheiro, o apadrinhamento político, a troca de favores e a preservação de privilégios.
De fato, a corrupção está arraigada nas estruturas dos cargos: domais alto escalão até a base, nos setores público e privado. Os “Sadims” são egoístas, individualistas e inescrupulosos, preferem expor as suas famílias a reconhecer que estão errados. Não podemos deixar que esses “Sadims”, em nome da ganância desmedida, façam mal uso dos nossos recursos, arrasem com a nossa reputação e nos afastem das cadeias produtivas internacionais.
Em meio a esse caos instaurado, para transformar esse cenário, é necessário o surgimento de lideres transformadores, que atuem de forma ética, inspiradora, exemplar e comprometida com a excelência, compreendendo os cenários e as tendências que exigem flexibilidade e adaptabilidade, além de muito trabalho. Que surja um Brasil com líderes Midas, que resgatem os nossos valores, com ética e justiça.
Jairo Martins é presidente da Fundação Nacional da Qualidade.