Tabelas dos índices socioeconômicos para estudo do combate à pobreza[1] – 3ª atualização

Vivaldo Antonio Fernandes Russo[2]

Ettore Bresciani Filho [3]

 

TABELA I: ÍNDICES SOCIOECONÔMICOS DE PAÍSES REFERÊNCIAS

Essa tabela mostra a terceira atualização dos índices socioeconômicos propostos por Russo & Bresciani (2020) com a finalidade de acompanhar o desempenho das políticas públicas de combate à pobreza e à desigualdade de renda no Brasil. Esse ano, a Índia é incluída dada sua proeminência no novo cenário internacional. Além disso, o índice de prevalência severa ou moderada insegurança alimentar, definido nas observações finais, é acrescentado

 

País PIB(1) PIB*(2) IP(3) PIA(4) IG(5) IDH(6) IDH*(7) IF(8) DP(9) Pop(10)
Brasil 8918 17822   5,8 32,8 52,9 0,754 0,576 6,125 87,75 203,6
Alemanha 48432 63150   0,0 3,8 31,7 0,942 0,883 6,892 46,27 83,3
Argentina 13686 26505   1,0 36,9 42,0 0,842 0,720 6,024 80,93 45,8
Chile 15356 30209   0,7 18,1 44,9 0,855 0,722 6,334 36,29 19,6
China 12720 21476   0,1 nd 38,2 0,768 0,651 5,818 nd 1425,7
EUA 76399 76399   0,2 7,8 39,7 0,921 0,819 6,894 115,28 340,0
Índia 2389 8379 10,0 nd 35,7 0,633 0,475 4,036 54,27 1429,2
Irã 4388 18075   1,0 40,8 40,9 0,774 0,686 4,876 42,40 89,2
Japão 33815 45573   0,7 4,4 32,9 0,925 0,850 6,129 221,32 123,3
Noruega 106149 114899   0,2 5,2 27,7 0,961 0,908 7,315 15,75 5,5
Rússia 15345 36485   0,0 5,0 36,0 0,822 0,751 5,661 nd 144,4

Notas:

(1) Produto Interno Bruto per capita em dólar norte-americano; Ano: 2022 para todos: Fonte: Banco Mundial. [ https://data.worldbank.org/indicator/ny.gdp.pcap.cd?most_recent_value_desc=true ] (15.07.2023)

(2) Produto Interno Bruto per capita com Paridade do Poder de Compra (PPC) em dólar norte-americano; Ano: 2022 para todos; Fonte: Banco Mundial.

[https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.PCAP.PP.CD?most_recent_value_desc=true ]  (15.07.2023)

(3) Índice de Pobreza (em % da população abaixo da linha de pobreza fixada em 2,15 dólares norte-americanos por dia – PPC 2017); Ano: 2013 para Japão; 2019 para Alemanha, China, Índia, Irã e Noruega; 2020 para Chile, EUA e Rússia; 2021 para Brasil e Argentina; Fonte: Banco Mundial

[  https://data.worldbank.org/indicator/SI.POV.DDAY ] (15.07.2023)

(4) Índice de Prevalência Severa ou Moderada Insegurança Alimentar (em % população total); Período 2020-2022; Fonte: Food and Agriculture Organization of United Nations 2023

(5) Índice de Gini; Ano: 2013 para Japão; 2019 para Alemanha, China, Índia, Irã, e Noruega; 2020 para Chile, EUA e Rússia; 2021 para Brasil e Argentina; Fonte: Banco Mundial

[ https://data.worldbank.org/indicator/SI.POV.GINI ] (15.07.2023)

(6) Índice de Desenvolvimento Humano; Ano: 2021; Fonte: (Human Development Report HDR 2021-2022, United Nation)

(7) Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado pela Desigualdade; Ano:2021; Fonte:(HDR 2021-2022, UN)

(8) Índice de Felicidade (Escada de Cantril); Período: 2020-2022; Fonte: World Happiness Report – WHR 2023

[ https://worldhappiness.report/ed/2023/ ]

(9) Dívida Pública Bruta (em % do PIB); Ano: 2021; Fonte: Fundo Monetário Internacional

[ https://www.imf.org/external/datamapper/CG_DEBT_GDP@GDD/CHN/FRA/DEU/ITA/JPN/GBR/USA ] (15.07.2023)

(10) População em 2023 (milhões), apenas para referência:

[ https://worldpopulationreview.com/ ] (15.07.2023), exceto Brasil [ https://www.ibge.gov.br/ ] (15.07.2023)

 

[1] Relatório técnico, Academia Brasileira da Qualidade, São Paulo, julho de 2023

[2] Graduado em Engenharia Mecânica (FEM-UNICAMP); Diretor Presidente Aposentado da EATON – Hydraulics da América do Sul; Pós-Graduado em Engenharia Mecânica (FEM-UNICAMP); Professor de Curso de Extensão (FEM-UNICAMP); Membro do grupo CLE-DES do CLE-UNICAMP; Membro da ABQ.

[3] Graduado em Engenharia Aeronáutica (ITA); Doutor em Engenharia e Professor Livre-Docente (EPUSP); Professor Titular Aposentado (FEM-UNICAMP); Membro do CLE-UNICAMP; Membro da ABQ.

 

TABELA II: EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES SOCIOECONÔMICOS DO BRASIL

 

ANO (1) ANO (2) ANO (3) ANO (4)
PIB(1) 8920 (2018) 8717 (2019) 6797 (2020) 8918 (2022)
PIB(2) 16096 (2018) 15300 (2019) 14835 (2020) 17822 (2022)
IP(3) 4,8 (2017) 4,6 (2019) 1,9 (2020) 5,8 (2021)
PIA(4) 18,3 (2016) 32,8 (2022)
IG(5) 53,3 (2017) 53,4 (2019) 48,9 (2020) 52,9 (2021)
IDH(6) 0,761 (2018) 0,765 (2019) 0,754 (2021)
IDH*(7) 0,574 (2018) 0,570 (2019) 0,576 (2021)
IF(8) 6,300 (2018) 6,330 (2020) 6,293 (2021) 6,125 (2022)
DP(9) 82,47 (2018) 84,19 (2019) 99,92 (2020) 87,75 (2021)

 

Observações:

  1. Índice de Prevalência Severa ou Moderada Insegurança Alimentar: Escala de vivência em insegurança alimentar: De acordo com a FAO et al (2023) essa escala mede o acesso a alimentos em diferentes níveis de severidade que pode ser comparada ao longo de contextos. Ela depende de dados obtidos perguntando às pessoas. Aqui utilizamos o índice de prevalência severa ou moderada de insegurança alimentar em percentagem da população total do país. Em linha com esse índice, há também o índice de prevalência severa de insegurança alimentar e o índice de prevalência da desnutrição – que avalia a percentagem da população do país sujeita a carência alimentar suficiente para energia de uma vida ativa e saudável. Veja os valores desses três índices para o Brasil na Tabela III.
  2. Breve análise dos autores: Os números da fome na população do Brasil são alarmantes. Destacando o índice de prevalência severa ou moderada de insegurança alimentar, o Brasil apresentou cerca de 70 milhões de pessoas, considerando o período 2020-2022; comparando esse número com o do período anterior pesquisado (2014-2016) verifica-se que ocorreu um aumento de cerca de 87%. Cabe lembrar que o país é um dos maiores produtores mundiais de proteína animal e vegetal, o que indica que sérios problemas políticos e econômicos devem ser urgentemente resolvidos. Neste início de semestre de 2023 a imprensa tem enfatizado com frequência a grave situação. Pode-se destacar oportuna reportagem apresentada pelo programa Globo Rural de 23 de julho de 2023, apontando diversos fatores de influência, em particular os desperdício de alimentos em toda a cadeia de produção, no campo, no armazenamento e no transporte até chegar aos grandes e pequenos centros de distribuição e venda. E também o editorial do jornal O Estado de São Paulo de 24 de julho de 2023, com o título “A fome ainda envergonha o país’, no qual salienta que os governos (federal, estaduais e municipais) e toda a sociedade devem se mobilizar para fazer com que o país saia do “Mapa da Fome da ONU”, para o qual voltou recentemente. Muitas organizações não governamentais e cooperativas já estão operando nesse sentido, podendo se ressaltar a Ação da Cidadania, com diversos projetos reunidos na Agenda Betinho 2022 [acaodacidadania.org.br]. O Governo Federal anuncia que está para lançar o plano Brasil sem Fome, em três eixos (1-Acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania; 2-Segurança Alimentar e Nutricional: alimentação saudável da produção ao consumo; 3-Mobilização para o combate à fome) e com metas definidas (1-Tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2030; 2- Reduzir a extrema pobreza (a 2,5%) e a pobreza, com inclusão socioeconômica; 3-Reduzir a insegurança alimentar e nutricional.                                                                                                                                                                  [https://www.gov.br/mds/pt-br/noticias-e-conteudos/desenvolvimento-social/noticias-desenvolvimento-social/fome-no-brasil-piorou-nos-ultimos-tres-anos-mostra-relatorio-da-fao ].

 

TABELA III: SUBNUTRIÇÃO E INSEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL

 

 

Prevalência da subnutrição

 

Prevalência de severa insegurança alimentar Prevalência de severa ou moderada insegurança alimentar
 2014-2016        2020-2022  2014-2016        2020-2022   2014-2016          2020-2022
6,5%/12,1M     4,7%/10,1M 1,9%/4,0M       9,9%/21,1M 18,3%/37,6M     32,8%/70,3M

Nota: % = porcentagem da população total, M = população total em milhões

Fonte: FAO et al, 2023

 

Referências

 FAO, IFAD, UNICEF, WFP and WHO. 2023. The State of Food Security and Nutrition in the World 2023 – Urbanization, agri-food systems transformation, and healthy diets across the rural–urban continuum. Rome, FAO, 2023

[ https://doi.org/10.4060/cc3017en ]

 RUSSO, V.A.F – BRESCIANI F., E., Índices socioeconômicos para o estudo de combate à pobreza (Relatório de Pesquisa), Academia Brasileira da Qualidade – Estudos e Relatório Técnicos, São Paulo, fevereiro de 2020, 6p.

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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