A Educação no Brasil – A visão de alguém que não é da área

A Educação no Brasil

A visão de uma pessoa que NÃO é da área da educação

*Por Caio Becker

O Grupo de Estudo Produtividade – GE Produtividade da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ) concluiu que uma das causas da baixa produtividade no Brasil é a educação ministrada aos jovens. Isso motivou uma série de reuniões com acadêmicos e pessoas ligadas à área da educação, para entender o problema e equacionar possíveis soluções, do qual fiz parte.

Apresento a seguir as minhas conclusões considerando que não sou pessoa da área da educação.

Os seguintes temas serão apresentados a seguir:

  • Os indicadores da educação
  • As melhorias necessárias
  • Os professores
  • As escolas
  • O aprendizado
  • O que fazer

 

Os indicadores da educação

São muitos os indicadores da educação, divulgados na mídia, analisados e comentados pelos especialistas e demais pessoas que se interessam pela educação no Brasil. Observa-se muita preocupação com a posição do Brasil no conjunto dos muitos países, com razão, uma vez que a nossa posição é insatisfatória. Procura-se fixar metas para que o Brasil avance ao longo do tempo galgando melhor posição nos indicadores. As preocupações e as metas são válidas, mas o que fazer para conseguir as melhorias necessárias?

 

As melhorias necessárias

Há muito o que fazer. Precisamos priorizar algumas ações para que os resultados com as melhorias obtidas sejam significativos.

Os professores são fundamentais para que os alunos adquiram os conhecimentos que precisam. 

Não basta professores adequadamente preparados, é preciso que as escolas tenham as condições necessárias para que eles possam desenvolver o seu trabalho.

O que ensinar, o aprendizado, precisa preparar os jovens não só quanto ao conhecimento, mas também quanto à sua formação como pessoas íntegras que compõem a sociedade brasileira.

 

Os professores

Tudo começa na escolha das pessoas que vão preparar os jovens para a vida. É necessário identificar a vocação natural para a educação. Ela existe, da mesma forma que também existe para as outras profissões. 

Os professores  precisam ter uma remuneração adequada e justa. Sem isso, o interesse pela carreira do magistério fica comprometido, sem interesse para aqueles que apresentam a vocação natural.

Ensinar é uma arte. Além dos conhecimentos que serão ministrados, os professores precisam ser preparados no como ensinar.

Ao longo da sua carreira o professor precisa de tempo para estudar, para adquirir novos conhecimentos e aperfeiçoar, continuamente, a metodologia das suas aulas e participar em cursos de aperfeiçoamento. É preciso tempo para preparar as aulas, corrigir e analisar as provas e exercícios dos alunos e outros afazeres inerentes à escola.

A remuneração adequada, mencionada acima, precisa propiciar esse tempo para os professores, para que eles não tenham que dar aulas pela manhã, à tarde e à noite, como acontece com frequência.

 

As escolas

É costume referir-se às escolas como uma empresa. No aspecto da gestão da escola realmente existem muitas similaridades. No entanto, as escolas precisam oferecer as condições necessárias para que o professor possa fazer o seu trabalho: ensinar.

Uma adequada gestão da escola, com os recursos materiais e financeiros necessários é muito importante e fator de sucesso para o cumprimento da missão da educação. Os modelos de gestão disponíveis, as ferramentas e as técnicas de gestão utilizadas nas empresas são adequadas às escolas se forem devidamente ajustadas para a gestão escolar.

Um ponto importante: a gestão escolar, no seu aspecto empresa,  não se aplica na sala de aula. O professor, devidamente capacitado, tem a responsabilidade de administrar todas as atividades que são desenvolvidas nas salas de aula. Os gestores da escola não podem e não devem intervir nas atividades da sala de aula. Nesta área, o professor é o líder absoluto e deve ter total liberdade para fazer o seu trabalho, repetindo: ensinar.

 

O aprendizado

A missão da escola, dos professores e dos dirigentes é ensinar os alunos. Ensinar os alunos envolve duas grandes vertentes: (1) no início do ensino fundamental os jovens têm que aprender a ler e a realizar as operações aritméticas. Evoluindo no seu aprendizado precisam adquirir conhecimentos de português, matemática, geografia, história e tudo aquilo que está explicitado na chamada Grade Curricular. (2) em paralelo com esses conhecimentos, os jovens precisam ser conscientizados de  diversas atitudes: respeito aos pais, aos professores, aos colegas e às autoridades, amor à pátria, respeito aos símbolos nacionais, conhecer e respeitar a estrutura administrativa do Brasil – os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – conhecer as  religiões, sem particularizar nenhuma delas, total repúdio a atos de corrupção, enfim, muitos outros temas que vão formar uma sociedade séria, íntegra, responsável e que será a base para o desenvolvimento do Brasil no futuro e na sua plenitude.

 

O que fazer

Repetindo, há muito o que fazer. Precisamos investir na estrutura física das escolas para que sejam alegres, ofereçam conforto e segurança e motivem os alunos para o aprendizado. Precisamos preparar adequadamente os professores para que sejam capazes de motivar continuamente os alunos e possam transmitir a eles todos os conhecimentos e atitudes necessárias. Precisamos ajustar a Grade Curricular para que as atitudes mencionadas sejam incorporadas no aprendizado. Precisamos preparar adequadamente os dirigentes das escolas para que sejam um suporte relevante para os professores. 

Esse é o mínimo que precisamos fazer. À medida que formos evoluindo outras ações vão se apresentar.

 

Por último, se começarmos a trabalhar agora os primeiros resultados somente vão aparecer muitos anos à frente. Isso não pode ser um fator desmotivador e nem uma justificativa para que nada seja iniciado. 

Portanto, mãos à obra!

 

Caio Becker é o atual Vice-Presidente da Academia Brasileira da Qualidade. 

Para mais informações sobre o autor, acesse o link: https://abqualidade.org.br/caio-marcio-becker-soares/

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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