Basilio V. Dagnino
Talvez pudéssemos ter um melhor desempenho se aproveitássemos a atual mobilização dos meios de comunicação e da população para que o Brasil suba no triste campeonato mundial da corrupção, pois infelizmente estamos longe do título, um modesto 69º. lugar entre 175 países. Com a Lava-Jato, cujos dados ainda não foram computados pela Transparência Internacional, antes pelo contrário, certamente ainda cairíamos alguns postos no ranking.
Isso evidencia que esse é um mal endêmico mundial, conforme comprovam os muitos documentos editados por organizações internacionais. A ONU publicou a Convenção contra a Corrupção, e a Organização Internacional para a Normalização está trabalhando intensamente na norma técnica ISO 37001 sobre sistemas de gestão antipropina.
Em muitos países as campanhas anticorrupção utilizam técnicas de comunicação e marketing, como é o caso da Índia, adotando slogans fortes para vender a ideia.
Nos Estados Unidos uma preocupação é com a propina legal, termo usado para aquela em que lobbies, apoiando com vultosas somas aplicadas em campanhas de candidatos, conseguem embutir na legislação dispositivos que favorecem determinados grupos ou interesses – os nossos jabutis! A campanha nesse sentido, tanto em nível estadual como federal, chega ao ponto de estar sendo considerada proposta de emenda constitucional a respeito.
Isso não quer dizer que devemos nos colocar em posição de conforto, antes pelo contrário. Uma meta para galgarmos progressivamente posições, sem sermos ambiciosos demais para chegar a níveis escandinavos, australiano ou neozelandês seria altamente benéfica.
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Dessa forma, recursos desviados, por exemplo, da saúde e da educação e moradia seriam devidamente aplicados na redução das imensas carências nacionais.
Basilio V. Dagnino é vice presidente da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ) e diretor técnico da Qualifactory Consultoria.