Liderança estratégica no contexto da gestão organizacional

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Claudius D’Artagnan C. Barros

 

A prática da liderança no ambiente organizacional tem sido ao longo dos anos, uma tarefa desafiadora para profissionais cuja trajetória resultou na oportunidade de comandar pessoas.

Teorias, modelos, literaturas e lições de renomados especialistas e gurus são abundantes. Entretanto, há que se perguntar: Qual a razão da dificuldade de inúmeros líderes em consolidar ações que realmente resultem em eficácia na gestão de pessoas?

Creio que a complexidade em gerir pessoas está na natureza das relações e interações sociais, aliada ao crescente nível das expectativas dos liderados, decorrente do acesso progressivo às informações e, por conseguinte, ao conhecimento.

Resumindo, os liderados ficaram mais exigentes como afirma o especialista em liderança Preston Bottger, renomado professor do International Institute for Management Development (IMD). Diz ele: “…quanto mais os gestores avançam como líderes, mais terão que lidar com pessoas de alto calibre e que sabem muito bem como conseguir o que querem, e que são mais difíceis de gerenciar”.

Neste contexto, os requisitos de um líder não se atrelam impreterivelmente à sua formação acadêmica, ou mesmo, à experiência comprovada de suas habilidades e conhecimentos técnicos. Outros requisitos mais complexos são exigíveis no currículo de um líder. São colocados, à parte, requisitos (valores) hors concours denominados universais como: ética, caráter, honestidade e integridade.

Estes são, evidentemente, obrigatórios e não negociáveis! Demais preceitos (considerados desejáveis) para uma liderança eficaz, norteiam outras qualidades comportamentais, tais como: capacidade negociadora, flexibilidade, carisma, habilidades de comunicação, competência como vendedor (de ideias); como também se faz necessária desenvoltura cênica. Liderar tornou-se uma arte cuja performance exige certo talento neste quesito.

O filósofo e general chinês Sun Tzu (544 a.C. – 496 aC) em suas treze lições sobre a liderança estratégica narradas no livro “A Arte da Guerra”, e devidamente adaptadas ao contexto organizacional, revelam que as táticas da liderança são aplicáveis tanto em tempos de guerra, quanto no mundo dos negócios. Diz um dos capítulos do livro de Sun Tzu o qual podemos perfeitamente ajustá-lo à liderança nas empresas: “… o oficial inteligente procura o efeito da energia combinada, não necessitando exigir muito de seus guerreiros. Leva em conta o talento de cada um e utiliza cada homem de acordo com sua capacidade, não exigindo perfeição dos sem talento”.

Outro aspecto importante no portfólio das táticas de um líder é sua capacidade de agir além das prerrogativas do poder de posição que o cargo normalmente lhe confere. Aplicar conhecimentos, habilidades e atitudes como educador – e não como mero chefe de seus liderados, lembrando que educação profissional significa fazer as pessoas entenderem os princípios, os conceitos, as responsabilidades e a importância do que fazem. Educação aliada ao treinamento de habilidades é uma garantia promissora de bons resultados na relação líder/liderado.

Desta forma, os liderados sentir-se-ão mais motivados no cumprimento de suas tarefas e conscientes de suas atribuições, compreendendo melhor o significado da palavra comprometimento.

A dica é colocar em prática a máxima que diz: “…o melhor e o mais eficaz instrumento de educação que se conhece, chama-se: O EXEMPLO !!”. Ou mesmo refletir sobre a afirmação do estadista Colin L. Powell: “…As pessoas se orientam pelos líderes. Não necessariamente pelo que eles dizem, mas pelo que fazem!”

 

Claudius D’Artagnan é empresário e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ).

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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