O intraempreendedorismo e a inovação

Pete Linforth / Pixabay

Claudius D’Artagnan C. Barros

 

No atual mundo dos negócios, o que se observa em larga escala é um mercado cada vez mais exigente em relação ao desempenho das organizações, sejam elas instituições pequenas, médias ou grandes, sejam prestadoras de serviços ou produtoras de bens de qualquer natureza. A sobrevivência organizacional começa a ficar atrelada à iniciativa de seus dirigentes e executivos em relação a valorização do conhecimento e ao novo perfil de atividades intrínsecas de seus colaboradores, com vistas à melhoria contínua dos processos, incremento da qualidade e ganhos de produtividade de bens e serviços.

A tendência é que permaneçam em atividade apenas as organizações classificadas como “ótimas” pelos clientes. Aquelas reputadas por “mais ou menos” ou mesmo “boas”, terão sérias dificuldades em permanecer no mercado e tendem a desaparecer.

Há, portanto, uma necessidade premente de que os colaboradores se tornem intraempreendedores e as organizações, por sua vez, se transformarem em instituições empreendedoras, sob pena de serem engolidas pelos concorrentes. O que importa é se o colaborador é realmente estimulado a ser um intraempreendedor, ou seja, um profissional pró-ativo, empenhado na melhoria constante de seu trabalho e com uma visão ampla do segmento em que atua. Um profissional focado em expandir os seus conhecimentos e habilidades.

Em outras palavras, um profissional que interage na organização não apenas para conquistar espaços, mas para executar tarefas como se o empreendimento fosse seu próprio, agindo sempre com criatividade e espírito inovador, antecipando-se aos fatos, buscando novos desafios e promovendo a diferença no ambiente em que trabalha. Por outro lado, é fundamental que as empresas propiciem condições e incentivem ambientes corporativos afeitos à prática do intraempreendedorismo, disponibilizando recursos e fomentando nos colaboradores uma cultura de inovação e melhoria contínua.

Sentindo-se como “donos do negócio”, os intraempreendedores ocupar-se-ão com os resultados da empresa e perseguirão soluções inovadoras para suas rotinas diárias que, por conseguinte, afetarão eficazmente toda a cadeia organizacional. Através da prática da cultura do intraempreendedorismo, os colaboradores serão desafiados, de fato, a contribuir com novas ideias e propostas incrementais, serão valorizados por meritocracia e serão parte integrante da sinergia do trabalho em equipe.

O maior desafio de um intraempreendedor ainda é o de apresentar e comprovar a eficácia de suas ideias no âmbito das empresas. Muitas vezes, é necessário refrear essa imposição e quebrar paradigmas, especialmente quando no caso de estruturas organizacionais conservadoras e refratárias à situações e ambientes de risco. Destarte, é mister a persistência para que se evidencie o valor das boas ideias e se encoraje a prática do intraempreendedorismo, transformando o desafio da inovação num bem inestimável ao sucesso dos negócios.

As atividades profissionais voltadas para um intraempreendedor devem ser convertidas em momentos prazerosos e de constante aprendizado, além de propiciarem oportunidade de investimento contínuo em sua autoestima. Ter suas ideias aceitas e efetivamente implantadas, além de gozar do reconhecimento de dirigentes e colegas de trabalho, pode vir a ser um diferencial preponderante na manutenção da motivação profissional.

No cenário atual, onde a inovação se destaca como forte subsídio ao diferencial competitivo e fator preponderante na sobrevivência organizacional, o estímulo ao empreendedorismo interno é um caminho sem volta. Além de notável estratégia no campo da gestão empreendedora, a inovação transforma a rotina de trabalho num ambiente altamente desafiador.

Essa nova e dinâmica atmosfera possibilita transformar adversidades em oportunidades de melhoria, a exemplo do ocorrido com o emblemático programa “ThinkDifferent”, ferramenta transformadora que elevou a Apple a uma posição de destaque no ranking das organizações mais inovadoras do mundo, conforme publicado na revista FastCompany – ranking de inovação e empreendedorismo 2015

Enfim, em tempos incertos, empreender de forma inovadora pode ser uma opção promissora de bons resultados, seja através do empreendedorismo de negócios, seja pela via do intraempreendedorismo. O fato é que precisamos disseminar e apoiar tais iniciativas. A hora é agora!

 

Claudius D’Artagnan Cunha de Barros é administrador de empresas (OGE/SP), membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ), pós-graduado em gestão empresarial e administração de recursos humanos (INPG/SP), possui especialização pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE), é fundador da União Brasileira para a Qualidade (UBQ), empresário e docente do curso de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia de Roseira (Unisal).

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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