Os empreendedores e o sucesso do país

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Ozires Silva

 

O Brasil, e os brasileiros, estão sob o impacto das consequências das investigações da Operação Lava-Jato, e de outras que, com sucesso, estão identificando processos injustificados e não aceitáveis para um país sério e próspero. Devemos honrar os esforços das pessoas que, nessas operações, procuram manter sua seriedade e com prudência buscam a verdade, quase sempre escondida sob toneladas de informações e papéis de todas as origens.

A perplexidade da população aumentou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, poucos compreendendo como alguém, no nível de seriedade e respeito que envolve o cargo, possa ter jogado o país numa crise que não era dos empreendedores e criativos investidores, contribuintes diretos para a riqueza nacional. Nossas autoridades legislativas estão sob a busca de legislações que garantam o definitivo afastamento da presidente, o que parece sem grande sentido, pois somente o gerenciamento desastrado do seu governo, assumindo despesas acima do que arrecada, parece ser suficiente para acelerar uma decisão, que, protelada, muito custará aos cofres públicos dilapidados.

Nestes momentos de divergências, são comuns as acusações de todos os lados e atingindo a todos, como se estivéssemos num país de facínoras ou de infratores da lei. O elenco de ilações, diretas ou indiretas, são tantas que parecem ao cidadão comum que somos todos desonestos e que isso, generalizando, incrimina liminarmente cada um, cada pai de família, cada dono de padaria, cada humilde agricultor, ou dono de uma grande empresa nacional ou estrangeira.

A partir de uma simples acusação, parece que estamos nos esquecendo do princípio constitucional de presunção pela inocência das pessoas e que essa concepção seja um conceito de dignidade da pessoa humana e mesmo a gênese dos direitos fundamentais do homem, numa sociedade livre e democrática. Aliás, esse conceito é um alicerce fundamental de um Estado democrático, assim como o direito à ampla e irrestrita defesa.

Há que se dizer não à prevalência de excessos no “populismo penal” e na atuação perpetuada pelo sensacionalismo, que ilegal e indiscriminadamente, condena o acusado antes mesmo de garantir-lhe o direito a um devido processo legal, amparado pelo contraditório, pela ampla defesa, e principalmente pela presunção de inocência, onde cabe ao Estado o ônus da prova, e não ao réu.

Precisamos de reações da sociedade para que sejamos prudentes e eliminemos de nossas cabeças pensamentos de que temos, cada um, ser controlados pelos governantes, como se fossem juízes sobre as aspirações do cidadão. Temos que assumir que somos responsáveis por nós próprios e que não precisamos ser controlados por qualquer autoridade pública.

Que o servidor público seja um servidor do público! Ou não seja uma autoridade de governo que pensa melhor do que toda a população, assinando documentos nos quais imponham suas ideias sobre as dos interesses da população brasileira, como saúde, moradia e educação. E mais, lutar pela liberdade do trabalho, livre da corrupção e que nos afaste de regimes políticos cheios de privilégios e de privilegiados, de altos salários, foros especiais e toda uma série de atributos funcionais de perpetuação da exploração capitalista pelos “donos do Brasil”, enquanto o povo padece de epidemias e das consequências de crises. Precisamos de liberdade e de trabalho livre e empreendedor.

 

Ozires Silva é reitor da Unimonte e presidente do Conselho de Administração da Anima Educação e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ). Já ocupou a presidência de empresas como Petrobras e Embraer.

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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