Prepare-se para ser um gestor já na universidade

Edwin Andrade / Unsplash

Jairo Martins

 

A entrada na universidade, além de ser o passo inicial na carreira de um profissional, é também uma grande oportunidade de experimentar diversas áreas do conhecimento e delinear seus objetivos futuros. Laboratórios, grupos de estudos, comunidades de discussão, linhas de pesquisa, congressos e centros acadêmicos são caminhos válidos nessa transição estudante-profissional de mercado. Mas entre essas opções, a Empresa Júnior (EJ) destaca-se, pois se trata da união de alunos matriculados em cursos de graduação, em instituições de ensino superior, que participam de projetos para micro e pequenas empresas, sendo orientados e supervisionados por professores e profissionais especializados.

Com gestão autônoma em relação à direção da faculdade, ao centro acadêmico ou a qualquer outra entidade, permite aos universitários o aprendizado em gestão ao vivo, a especialização em sua área de atuação, além do contato direto com o mercado. Esse ambiente promove o desenvolvimento de competências fundamentais aos profissionais.

A importância desse tipo de iniciativa foi percebida há quase 50 anos, quando surgiu, em 1967, em Paris, na França, o Movimento Empresa Júnior (MEJ). Vinte anos depois, o Brasil fundava sua primeira EJ e, em 2003, foi criada a Confederação Brasileira de Empresas Juniores – Brasil Júnior, que é a entidade responsável por representar esse movimento em nosso País, de modo a torná-lo reconhecido pela sociedade na transformação do Brasil.

Atualmente, são 310 empresas juniores federadas, que estão presentes em 18 federações e abrangem cerca de 11 mil empresários juniores e movimenta 2,5 mil projetos por ano. Para quem está em início de carreira, a participação no Movimento Empresa Júnior é uma excelente oportunidade de aprendizado sobre a gestão na prática, que deve ser levada não só para a profissão, mas também para a vida pessoal.

A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), preocupada com o aprendizado do tema gestão também no início da carreira, é parceira da Brasil Júnior e apoia a realização de um programa interno de melhoria da gestão de cada empresa júnior – O Programa de Excelência da Gestão (PEG), com a customização do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) para a sua realidade, culminando em um reconhecimento ao final do processo.

Assim, conseguimos inserir estudantes no tema da gestão não só na teoria, mas também na prática, o que faz com que eles se preparem para os desafios futuros. Vemos, constantemente, que os profissionais sofrem por não terem experiência, seja por terem focado na teoria ou por terem realizado estágios focados em práticas muito iniciais do negócio.

Ou seja, participar dessas empresas permite que os estudantes atuem nos projetos e aprendam com a administração da própria EJ, contando com suporte de profissionais experientes. O conhecimento do MEG, por exemplo, mostra sua maturidade adquirida na gestão das empresas e faz com que ele se diferencie no mercado de trabalho. Além disso, para essas empresas é fundamental entender o processo de benchmarking para desenvolver os planos, conhecendo as melhores práticas do mercado e trazendo um amplo conhecimento, que permite o acúmulo de know-how.

Por fim, podemos falar que o estudante pode melhorar a sua oratória, sua postura, seu espírito de liderança e até sua criatividade, mas acreditamos que as EJ vão além. Elas são a porta de entrada para disseminarmos a excelência da gestão, com futuros profissionais comprometidos com modelos de gestão eficientes e eficazes para ter um País mais produtivo, competitivo, ético, sustentável e justo.

 

Jairo Martins é presidente executivo da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ).

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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