quinta-feira, março 28, 2024

Aprendizado e competitividade

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Vicente Falconi

 

Em 1997, estava viajando de Chicago para Miami e, ao ler uma revista de bordo, vi um anúncio de um evento sobre a “Educação no Terceiro Milênio” a ser realizado em Chicago. Logo me interessei e, imediatamente, me inscrevi.

O evento estava cheio de gente de todas as partes do mundo: Ministros da Educação de vários países, Professores de todos os níveis, Diretores de Escola, Membros de Conselhos de Administração de várias empresas (em sua maioria europeias e americanas), Diretores de empresa, Gerentes, etc. Foi muito bom. Aprendemos muito e nos divertimos também.

Neste evento foi mostrado o que estava sendo feito de moderno em educação em todo mundo, desde métodos pedagógicos até a utilização de tecnologia, inclusive internet de alta velocidade com cabos de fibra ótica interligando escolas de certas regiões. Fizemos visitas virtuais (por meio de videoconferência) a algumas escolas experimentais nas quais o aprendizado é avassaladoramente diferente do tradicional. Dois aspectos deste evento merecem ser enfatizados: primeiro, o interesse conjunto de educadores e de administradores de empresas, evidenciando que as empresas estão assumindo a sua condição de escola e, segundo, a constatação de que o caminho para o aprendizado no futuro será a Solução de Problemas em Grupo.

Olhando este tema do ponto de vista empresarial, pergunta-se: “o que é um problema?” Ora, um problema é um resultado não desejado. É uma meta que não foi atingida. É a diferença entre o seu resultado e o melhor do mundo. Pela Teoria Geral de Sistemas é uma disfunção, ou seja, uma função não cumprida de um sistema. Todos temos e sempre teremos problemas. “O que é gerenciar?” Gerenciar é resolver problemas. Gerenciar é alcançar metas. Gerenciar é eliminar resultados não desejados. Portanto, a conclusão que podemos tirar é a seguinte: não existe maneira melhor de aprender os assuntos de interesse da empresa do que resolver os seus próprios problemas. Aprende-se muito gerenciando da forma correta.

Na visão moderna do gerenciamento, todos na empresa, sem exceção, devem gerenciar. Cada pessoa na empresa deve ter, constantemente, metas a serem atingidas. Isto não só é a força motriz do aprendizado, mas é, também, a fonte de um ambiente saudável e humano dentro da organização. A Solução de Problemas, estendida a todas as pessoas da organização, permite um desabrochar de criatividade em toda empresa. Estamos assistindo, em empresas mais avançadas, até mesmo emocionados em certos casos, a ocorrência de melhorias dramáticas de práticas empresariais, com economias impensáveis, pelo envolvimento de todos.

Esta capacitação em Solução de Problemas deve ser levada a todos na empresa por meio do treinamento prático (fazendo junto, homem a homem), como é conduzido pela FALCONI Consultores de Resultado, em sistemas de Formulação Estratégica, Gerenciamento pelas Diretrizes, CCQ, Green Belts, Six Sigma Black Belts, Gerenciamento da Inovação, Confiabilidade de Sistemas, etc. O conhecimento aprendido por meio da solução dos problemas da empresa é utilizado à medida que é adquirido, transformando-se imediatamente em resultados. Só este novo conhecimento é capaz de colocar uma empresa numa posição invejável de competitividade. Todos os outros conhecimentos podem ser comprados por qualquer empresa e, portanto, não conduzem a uma diferenciação competitiva.

Na visão moderna da educação, e isto é válido para a educação empresarial, temos que educar as pessoas para “aprender a aprender”. O funcionário ideal não é aquele que tem mais conhecimentos acumulados (pois estes são perecíveis!), mas sim aquele que sabe resolver problemas. O valor de uma pessoa reside na sua criatividade e capacidade de resolver problemas.

Uma observação importante em tudo isto é que a criatividade não sai do nada. Ela é inspirada por um conjunto de fatores. Para que a criatividade humana desabroche é necessário que haja uma demanda contínua por metas a serem atingidas (problemas a serem resolvidos), uma educação competente em método e ferramentas estatísticas, treinamento básico e continuado em conhecimento técnico do processo em que cada um trabalha e capacidade de trabalho em grupo.

Muito se tem falado e muito tem sido escrito sobre a Empresa que Aprende (Learning Organization). A literatura que temos consultado a respeito é abundante em conceitos e pobre em métodos. Muita exortação e pouca prática. Estas coisas são fáceis de falar, mas muito trabalhosas para fazer. Temos lutado para conseguir avançar com estas práticas nas empresas. Não é fácil. Nosso modelo é fundamentado no princípio de que todos devem ser exímios solucionadores de problemas ou batedores de metas. Portanto, todos podem ser criativos e aprendizes. Como precisamos de ter o gerenciamento praticado por todos, é necessário um grande investimento em educação e treinamento e a sua prática conduz, visivelmente, a uma dramática mudança na cultura empresarial. Temos feito um esforço muito grande para desenvolver nossos clientes nesta direção e existem, hoje, no Brasil, algumas empresas em estágio bem avançado. São empresas que nos despertam pena de seus concorrentes.

O modelo de Sistema de Gestão praticado pela FALCONI Consultores de Resultado, de origem americana e adaptação japonesa, é baseado no método como proposto por Renée Descartes, nos aprendizados com os professores Deming e Juran, nos princípios da Psicologia Humanística de Maslow, na Teoria Geral de Sistemas de Bertalanfy e é centrado na construção de um Sistema de Gestão que garanta o aprendizado contínuo por toda a vida e de um ambiente de trabalho que conduza à satisfação humana.

 

 

Vicente Falconi é sócio fundador e presidente do Conselho de Administração da Falconi Consultores de Resultado, e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ). 

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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