quinta-feira, março 28, 2024

Adote ações colaborativas

FelixMittermeier / Pixabay

Jairo Martins da Silva

 

Na Alemanha, a startup EyeEm criou um banco de imagens a partir de fotos de usuários no Instagram, tornando-se assim uma das primeiras comunidades colaborativas de fotografia do mundo. A empresa idealizou uma plataforma onde fotógrafos podem compartilhar, interagir e aprender mais sobre como tirar retratos em qualquer dispositivo.

É uma ideia sustentável, que coloca o consumidor no centro do modelo de negócio. Engana-se quem pensa que esse formato só é possível em uma startup e com ideias inovadoras.

Ações colaborativas podem surgir em qualquer organização e com um caráter voluntário. Quando pensamos em voluntariado, lembramos de pessoas socorrendo vítimas de uma enchente ou até de um contador de histórias para enfermos em hospitais.

Contudo, a palavra é muito mais abrangente: serve para designar as pessoas que se dedicam a uma atividade por vontade própria, destinando algumas horas de sua especialidade para colaborar com a sociedade. Voluntariado pode se referir a contadores, administradores, médicos ou advogados que, por iniciativa própria, dedicam parte seu tempo livre para contribuir com uma causa em que acreditam.

Quando pensamos em causas ligadas a capacitação e aumento do conhecimento, podemos tomar como exemplo os processos de avaliação de candidatos ao Prêmio MPE Brasil e ao Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, nos quais são envolvidos, anualmente, mais de mil voluntários em todo o país, que dedicam de 20 a 40 horas a cada um dos prêmios. Eles usam seu tempo livre para visitar as empresas candidatas e para produzir uma devolutiva, apontando os pontos fortes e as oportunidades de melhora na gestão de cada organização. Dão apoio a uma causa que agrega valores também para os voluntários, que passam a ter uma visão sistêmica e a analisar criticamente os micro e pequenos empreendedores, além de se tornarem pessoas melhores.

Hoje, há diversos exemplos de apoio a causas ou colaboração. Vamos desde a Wikipédia, que permite uma escrita colaborativa, na qual cada contribuinte pode adicionar, editar e remover textos, até casos como o Worldpackers, no qual você se voluntaria para trabalhar algumas horas por semana em hostels de qualquer continente – e, em troca, hospeda-se de graça.

Até grandes empresas criam projetos nesse sentido. A Natura, por exemplo, lançou o Cocriando, que identifica oportunidades de inovação a partir de uma conversa com as consumidoras, que são convidadas para colaborar com ideias, conceitos, modelos e até produtos.

Não importa a forma adotada para a atuação colaborativa, o importante é dedicar um pouco do seu tempo para ajudar uma causa, aproximando-se da sociedade. Então, por que não trazer essa ideia para o seu negócio? Além disso, há muitas instituições que têm programas de voluntariado ou ações.

Se você não tem uma organização ou não consegue implementar algo dentro dela, basta identificar a causa que deseja apoiar em um projeto já existente e se candidatar. Isso trará muita satisfação. Afinal, como diz o ditado árabe: um pouco da fragrância fica na mão de quem dá as rosas.

 

Jairo Martins da Silva é superintendente geral da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e membro da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ).

Este artigo expressa a opinião dos Autores e não de suas organizações.

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